O Fracasso da CPI do MST

Por Franzé de Sousa
Nesta quarta-feira, 27 de setembro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
relacionada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) teve mais uma
reviravolta. Decidiu-se que não há mais prorrogação, o que implica que o prazo
para votar o relatório apresentado pelo deputado Ricardo Salles, do PL-SP e
alinhado com o governo Bolsonaro, não foi cumprido. Esta não é a primeira vez
que isso acontece, pois a comissão já havia ganhado tempo extra antes, mas
acabou perdendo novamente o prazo.
Até o momento, não houve sinal verde para ampliar a CPI mais uma vez. Esta tentativa de criminalizar o MST foi mais uma tentativa vexatória por parte da extrema-direita, que nem mesmo apresentou o relatório para votação. Isso só demonstra que não há argumentos sólidos contra o movimento.
Além disso, esta não é a primeira vez que o MST enfrenta uma CPI. E, como nas vezes anteriores, nada foi realmente comprovado contra o movimento que luta pela reforma agrária no Brasil. Na verdade, esta é a quinta investigação desse tipo, e mais uma vez, terminou sem encontrar nada de errado.
A CPI do MST foi criada com a ideia de causar problemas ao governo Lula, mas agora está caminhando para um fim decepcionante, vexatório para seus criadores, sem resultados concretos. Ela tem um histórico de sessões tumultuadas e até declarações machistas, o que só complica ainda mais a situação. Os parlamentares bolsonaristas estão enfrentando dificuldades e até admitem que o relatório dos trabalhos pode ser rejeitado.
Essa série de eventos não passa de uma tentativa ineficaz de criminalizar um movimento social legítimo como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O MST é uma organização que há décadas luta pela justiça social e pela reforma agrária no Brasil, enfrentando desigualdades profundas e abordando questões críticas relacionadas à distribuição de terras e à pobreza no campo.
As tentativas repetidas de criar CPIs para criminalizar o MST não apenas desperdiçaram tempo e recursos parlamentares valiosos, mas também desviaram a atenção de questões cruciais que precisam ser abordadas no país. Num momento em que o Brasil enfrenta desafios significativos, como o desemprego em massa e a gestão ambiental, é lamentável que os esforços dos legisladores estejam sendo direcionados para uma caça às bruxas sem fundamento.
É importante lembrar que o MST desempenha um papel fundamental na luta por uma sociedade mais justa e igualitária no Brasil. Suas ações buscam chamar a atenção para a necessidade de reformas agrárias e melhorias nas condições de vida das populações rurais. Criminalizar o MST não apenas prejudica essa causa, mas também mina a democracia ao tentar silenciar vozes dissidentes.
Em vez de continuarem com CPIs que não levam a lugar nenhum, os legisladores deveriam direcionar seus esforços para soluções concretas para os problemas reais que o país enfrenta. Isso inclui questões como a desigualdade, a pobreza rural, a gestão ambiental e o acesso à terra, em vez de perder tempo em investigações politicamente motivadas.
No final das contas, a história demonstra que o MST é um movimento que persistirá em sua busca por justiça e igualdade, independentemente das tentativas de desacreditá-lo. É hora de deixar de lado a perseguição injustificada e concentrar os esforços na construção de um Brasil melhor para todos e todas.
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